Abordagem etnobotânica de plantas medicinais em uma comunidade rural do sertão alagoano
DOI:
https://doi.org/10.17648/diversitas-journal-v4i1.663Resumo
È comum de acompanhar em várias populações locais o uso de plantas para fins medicinais. Muitas destas, tem sido um dos principais recursos utilizados na cura ou alívio de doenças. Perante a utilização das mesmas, muitos dos indivíduos passaram a desenvolver um amplo saber tradicional, encontrando-se dispersos por parte de várias populações locais. Diante disso, este estudo objetivou analisar o conhecimento dos moradores da comunidade Lopes em Canapi, AL, sobre a utilização de plantas medicinais, ressaltando a finalidade e suas formas de uso. Para coleta de dados, foram realizados entrevistas semiestruturadas com 30 indivíduos da comunidade, visando identificar plantas utilizadas como medicinais, doenças combatidas pelas plantas, as formas de uso, e obtenção de conhecimento dos indivíduos. Foram citados um total de 21 plantas medicinais, sendo as mais citadas, o hortelã (Mentha spicata L.), mastruz (Chenopodium ambrosioides L.), babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.) e eucalipto (Eucalyptos globulus Labill.). Foi possível verificar uma grande variedade de doenças tratadas por determinadas plantas, desde doenças respiratórias, digestórias, cardíacas e entre outras. Em relação ao uso de determinadas plantas no tratamento de doenças, as folhas e as cascas das plantas, foram o principal meio indicado. Foi possível perceber que os indivíduos da comunidade apresentam um amplo saber tradicional a respeito das plantas medicinais, sendo muitos desses, adquiridos socialmente de geração para geração. Diante disso, a realização deste estudo, permitiu registrar e divulgar a cultura medicinal dos indivíduos, uma vez que muitos dos saberes apresentados pelos mesmos, são essenciais para o contexto cultural e para vida social em que os mesmos estão inseridos.Métricas
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