Caracterização farmacobotânica de Tridax procumbens L. (Asteraceae)

Autores

  • Miriam Teixeira Alves Damasceno Ramos Universidade Federal de Pernambuco
  • Cledosn dos Santos Magalhães Universidade Federal de Pernambuco
  • Alex Lucena de Vasconcelos Faculdade Pernambucana de Saúde
  • Karina Perrelli Randau Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.48017/dj.v7i4.2396

Palavras-chave:

Asteraceae, Anatomia, Histoquímica, Erva de touro,, Picão

Resumo

Tridax procumbens L., popularmente conhecida como erva de touro ou picão branco é amplamente utilizada pela população de diversos países, é uma espécie nativa da Caatinga e considerada uma erva daninha no Brasil. A espécie é utilizada popularmente para o tratamento de hipertensão, inflamações, depurativo e curativo de feridas. Vale enfatizar que T. procumbens apresenta similaridades taxonômicas com outras espécies tanto do gênero Tridax quanto de outros gêneros de Asteraceae, a exemplo espécies do gênero Bidens. Frente a isso, o objetivo do estudo foi realizar a caracterização anatômica e histoquímica de T. procumbens. No estudo realizado, foram utilizados métodos usuais em anatomia vegetal na preparação de lâminas semipermanentes contendo secções transversais da raiz, caule, pecíolo e lâmina foliar e paradérmicos da lâmina foliar de T. procumbens para análises em microscopia de luz. Também realizou-se testes histoquímicos utilizando reagentes específicos afim de localizar os metabólitos na lâmina foliar fresca através de secções transversais. Os principais caracteres úteis na identificação da espécie foram: presença de canais secretores desde o caule até à lâmina foliar da espécie; tricomas tectores que foram identificados em todos os órgãos vegetativos; assim como a observação dos estômatos anisocíticos, tetracíticos e anomocíticos na face adaxial e estômatos paraciticos, anisociticos e tetracíticos na face abaxial. O estudo histoquímico evidenciou a presença de compostos fenólicos, compostos lipofílicos e lignina nos tecidos vegetativos. Os resultados apresentados são fundamentais para o controle de qualidade da droga vegetal e padronização farmacobotânica da espécie estudada.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Agyare, C., Boakye, Y. D., Bekoe, E. O., Hensel, A., Dapaah, S. O. & Appiah, T. (2016). Review: African medicinal plants with wound healing properties. Journal of Ethnopharmacology, 177: 85-100.

Appiah-Opong, R., Nyarko, A. K., Dodoo, D., Gyang, F. N., Koram, K. A. & Ayisi, N. K. (2011). Antiplasmodial activity of extracts of Tridax procumbens and Phyllanthus amarus in in vitro Plasmodium falciparum culture system. Ghana Med J, 45(4): 143- 150.

Bukatsch, F. (1972). Bemerkungen zur Doppelfärbung Astrablau-Safranin. Mikrokosmos,61: 255.

CABI - Centre for Agriculture and Biosciences International. Invasive Species Compendium – Tridax procumbens(coatbuttons).2021.Disponívelem: <https://www.cabi.org/isc/datasheet/55072#todescription>.Acessoem:15deout.de2021.

Caceres, A., Lopez, B., González, S., Berger, E. U., Tada, E. U. & Maki, J. (1998). Plants used in Guatemala for the treatment of protozoal infections. I. Screening of activity to bacteria, fungi and American trypanosomes of 13 native plants. Journal of Ethnopharmacology, 62(3):195- 202.

Empinotti, C. B. & Duarte, M. R. (2008). Estudo anatômico de folha e caule de Elephantopus mollis Kunth (Asteraceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, 18: 108-116.

Del-Vechio-Vieira, G., Barbosa, M. V. D., Lopes, B. C., Sousa, O. V., Santiago-Fernandes, L. D. R., Esteves, R. L. & Kaplan, M. A. C. (2008). Caracterização morfoanatômica de Ageratum fastigiatum (Asteraceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, 18:769-776.

Ebiloma, G. U., Igoli, J. O., Katsoulis, E., Donachie, A. M., Eze, A., Gray, A. I. & Koning, H. P. (2017). Bioassay-guided isolation of active principles from Nigerian medicinal plants identifies new trypanocides with low toxicity and no cross-resistance to diamidines and arsenicals. Journal of Ethnopharmacology, 202: 256-264.

Edeoga, H. O., Okwu, D. E. & Mbaebie, B. O. (2005). Phytochemical constituents of some Nigerian medicinal plants. Afr. J. Biotechnol., 4: 685-688.

Hattori, E. K. O. & Nakajima, J. N. (2008). A família Asteraceae na Estação de Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental Galheiro Perdizes Minas Gerais Brasil. Rodriguésia, 59: 687-749.

Jensen, W. A. (1993). Botanical histochemistry, principles and practice. San Francisco: W. H. Freeman, 408 p.

Johansen, D. A. (1940). Plant microtechnique. New York: McGraw-Hill, 508p.

Judd, W. S., Campbell, C. S., Kellogg, E. A., Stevens, P. F. & Donoghue, M. J. (2009). Sistemática vegetal, um enfoque filogenético: Asterales. Porto Alegre: Artmed, 612p.

Jude, C. I., Catherine, C. I. & Ngozi, M. I. (2009). Chemical profile of Tridax procumbens. Pakistan J. Nutr., 8: 548-50.

Koram, K. A., Ahorlu, C. K., Wilson, M. D., Yeboah-Manu, D. & Bosompem, K. M. (2014). Towards Effective Disease Control in Ghana: Research and Policy Implications. Vol. 1: Malaria. University of Ghana Readers. Subsaharan Publishers.

Kraus, J. & Arduin, M. (1997). Manual básico de métodos em morfologia vegetal. Rio de Janeiro: EDUR. 198 p.

Mace, M. E. & Howell, C. R. (1974). Histochemistry and identification of condensed tannin precursor in roots of cotton seedlings. Can J Bot., 52: 2423-2426.

Mace, M. E., Bell, A. A. & Stipanovic, R. D. (1974). Histochemistry and isolation of gossypol and related terpenoids in root of cotton seedlings. Phytopathology, 64: 1297-1302.

Martins, L. R. R., Mourão, K. S. M., Albiero, A. L. M., Cortez, D. A. G., Dias-Filho, B. P. & Nakamura, C. V. (2006). Estudo morfoanatômico preliminar do caule e da folha de Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze (Asteraceae-Heliantheae). Revista Brasileira de Farmacognosia, 16: 42-52.

Metcalfe, C. R. & Chalk, L. (1972). Anatomy of the dicotyledons: leaves, stem, and wood on relation to taxonomy with notes on economic issues. Oxford: Clarendon Press.

Pardeshi, B. M. & Bhiungade, V. (2016). Tridax procumbens: A medicinal gift of nature for healing diabetic wound. International Journal of Chemical and Physical Sciences IJCPS, 5: 107-112.

Pöll, E. (2005). Medicinal and Aromatic Plants of Guatemala and the Need for Their Conservation. Acta Horticulturae, 676: 167-170.

Roque, N. Nakajima, J., Heiden, G., Monge, M., Ritter, M.R., Loeuille, B.F.P., Christ, A.L., Rebouças, N.C., Castro, M.S., Saavedra, M.M., Teles, A.M., Gandara, A., Marques, D., Bringel Jr., J.B.A., Angulo, M.B., Souza-Buturi, F.O., Santos, J.U.M.D., Alves, M., Sancho, G., Reis-Silva, G. A., Volet, D.P., Hattori, E.K.O., Plos, A., Rivera, V.L., Carneiro, C.R., Simão-Bianchini, R., Magenta, M.A.G., Silva, G.H.L., Abreu, V.H.R., Bueno, V.R., Grossi, M.A., Amorim, V.O., Schneider, A.A., Borges, R.A.X., Siniscalchi, C.M., Via do Pico, G.M., Almeida, G.S.S., Freitas, F.S., Deble, L.P., Moreira, G.L., Contro, F.L., Gutiérrez, D.G., Souza-Souza, R.M.B., Viera Barreto, J.N., Picanço, W.L., Soares, P.N., Quaresma, A.S., Fernandes, F., Mondin, C.A., Salgado, V.G., Kilipper, J.T., Farco, G.E., Ribeiro, R.N., Walter, B.M.T., Lorencini, T.S., Fernandes, A.C., Silva, L.N., Barbosa, M.L., Barcelos, L.B., Bautista, H.P., Calvo, J., Dematteis, M., Ferreira, S.C., Hiriart, F.D., Moraes, M.D. & Semir, J. (in memoriam) 2020. Asteraceae in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB55. Acesso em: 08 nov. 2021

Roque, N., Teles, A. M. & Nakajima, N. (2017). A família Asteraceae no Brasil: classificação e diversidade. Ed. EDUFBA, Salvador.

Sá, R. D., Silva, F. R. & Randau, K. P. (2017). Caracterização farmacobotânica de Bidens pilosa L. Journal of Environmental Analysis and Progress, 2: 349-57.

Sass, J. E. (1951). Botanical microtechnique. Ames: Iowa State College Press, 319p.

Stevens, P. F. Angiosperm Phylogeny Website. Version 14, July 2017 [and more or less continuously updated since] - page last updated 21/05/2021. Disponível em: http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/. Acesso em: 10/11/2021.

Taddei, A. & Rosas-Romero, A. J. (2000). Bioactivity studies of extracts from Tridax procumbens. Phytomedicine, 7(3): 235-238.

Wahua, C. & Pepple, I. I. (2020). Macro- and Micro-morphological, Anatomical, Cytological and Phytochemical Properties of Tridax procumbens Linn. (Asteraceae). J. Appl. Sci. Environ. Manage. 24(4): 601- 606.

Yoder, L. R. & Mahlberg, P. G. (1976). Reactions of alkaloid and histochemical indicators in laticifers and specialized parenchyma cells of Catharanthus roseus (Apocynaceae). American Journal of botany, 63:1167-1173.

Arquivos adicionais

Publicado

2022-10-10

Como Citar

Teixeira Alves Damasceno Ramos, M., dos Santos Magalhães, C., Lucena de Vasconcelos, A., & Randau, K. P. (2022). Caracterização farmacobotânica de Tridax procumbens L. (Asteraceae). Diversitas Journal, 7(4). https://doi.org/10.48017/dj.v7i4.2396

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)