Indicadores epidemiológicos e operacionais do programa de controle da esquistossomose

estudo ecológico em região endêmica no estado de Alagoas, Brasil, 2008 – 2016

Autores

  • Adriano José dos Santos Universidade Federal de Sergipe
  • Eliane Aparecida Holanda Cavalcanti Universidade Federal de Alagoas
  • José Rodrigo Santos Silva Universidade Federal de Sergipe
  • Emanuel Júnior Pereira da Silva Universidade Federal de Alagoas
  • Mabel Alencar do Nascimento Rocha Universidade Estadual de Alagoas
  • Israel Gomes de Amorim Santos Universidade Estadual de Alagoas

DOI:

https://doi.org/10.48017/dj.v8i3.2444

Palavras-chave:

Estudo ecológico, Helmintíase, Schistosoma mansoni, Vigilância epidemiológica

Resumo

A esquistossomose mansoni é uma doença tropical negligenciada, de importante impacto em saúde para as populações acometidas no Brasil e no mundo. Dessa forma, o objetivo do estudo foi realizar análise retrospectiva da situação epidemiológica da esquistossomose mansoni e descrever as ações de controle da doença no município de Feira Grande/AL, entre 2008 e 2016. Trata-se de um estudo ecológico, com dados obtidos do Sistema de Informação do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (SISPCE), os quais geraram os indicadores: ações operacionais (Percentual de exames coproscópicos realizados) e ações epidemiológicas (Percentual de positividade, Percentual de não tratamento e Proporção de infectados por classe de intensidade da infecção). Para cada indicador calculou-se a média, desvio padrão, mínimo e máximo. Além disso, analisou-se se a série temporal teve tendência decrescente, estacionária ou crescente, assim como a taxa de crescimento anual. Foram reportados 1.159 (8,8%) casos de esquistossomose em Feira Grande no período analisado. O percentual de exames realizados se manteve abaixo da cobertura adequada (<90%) em todo o período estudado, com 2008, 2009, 2010 e 2013 apresentando endemicidade média. As menores coberturas de tratamento ocorreram em 2014, 2016 e 2013. A proporção de infectados (PI) com baixa quantidade de ovos por lâmina (PI-baixa) predominou em todo o período estudado e, na avaliação temporal, o indicador Proporção de não tratamento apresentou uma tendência crescente. Os resultados apontam uma insuficiência nas ações de controle do PCE, além de mostrarem que os indicadores epidemiológicos apontam para um recrudescimento da doença no município.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Adriano José dos Santos, Universidade Federal de Sergipe

Mestrado em Biologia Parasitária pela Universidade Federal de Sergipe (PROBP/UFS). Graduação em Ciências Biológicas (Licenciatura) pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na qual atuou como aluno de Iniciação Científica (PIBIC 2017 - 2019). Atualmente é bolsista de Inovação na Unidade de Testagem no enfrentamento a COVID-19 na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), campus de Arapiraca e pós-graduando em Malacologia de Vetores pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/FIOCRUZ). Tem experiência nas áreas de parasitologia e educação em saúde, com ênfase em Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs). Atuando principalmente nos temas relacionados as (aos) infecções parasitárias (esquistossomose mansoni), acidentes por animais peçonhentos, infecções sexualmente transmissíveis e educação em saúde na escola e na comunidade.

Eliane Aparecida Holanda Cavalcanti, Universidade Federal de Alagoas

Possui graduação em Ciências Biológicas (Bacharelado) pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2001), mestrado em Biologia Animal pela Universidade Federal de Pernambuco (2002) e doutorado em Oceanografia pela Universidade Federal de Pernambuco (2008). Atualmente é vice-reitora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Professora Associada IV da Universidade Federal de Alagoas. Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Zoologia (biodiversidade e macrozooplâncton) e em Saúde Pública (geo-helmitíases). Coordena a Unidade de testagens para COVID-19 no Campus de Arapiraca e as Ações em Saúde do Programa Expedição Científica do São Francisco, assim como, desenvolve ações em saúde em comunidades indígenas.

José Rodrigo Santos Silva, Universidade Federal de Sergipe

Possui graduação em Estatística pela Universidade Federal de Sergipe (2008), mestrado em Biometria e Estatística Aplicada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2011) e doutorado em Biometria e Estatística Aplicada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2014). Atualmente é professor adjunto do Departamento de Estatísticia e Ciências Atuarias da Universidade Federal de Sergipe, e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária. É líder do Grupo de Pesquisa em Estatística e Atuaria desde 2017. Tem experiência na área de Epidemiologia de Doenças Infectiosas e Parasitárias, com aplicações em Modelos de Regressão, Análise Multivariada, Análise de Sobrevivência, Estatística Espacial e Física Estatística.

Emanuel Júnior Pereira da Silva, Universidade Federal de Alagoas

Biólogo pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Campus de Arapiraca. Doutor em Proteção de Plantas pelo Campus de Engenharias e Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas - CECA/UFAL (2021). Mestre em Agricultura e Ambiente (2016) pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Campus de Arapiraca. Graduado em Ciências Biológicas, licenciatura (2014), pela Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), Campus Arapiraca. Foi bolsista de iniciação científica do PIBIC/FAPEAL/UNEAL/2012. Participa de pesquisas desenvolvidas nas seguintes temáticas: Bioecologia e distribuição espacial de insetos em Culturas Agrícolas.

Mabel Alencar do Nascimento Rocha, Universidade Estadual de Alagoas

Doutoranda em Saúde Pública, mestre em Pesquisa em Saúde, especialização em Saúde Pública e graduada em Biologia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Atualmente docente da Universidade Estadual de Ciências da Saúde (UNCISAL) e da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL). Líder do grupo de pesquisa do CNPq: Investigação da Ação Patológica dos Parasitas (IAPP) e vice-coordenadora do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL).

Israel Gomes de Amorim Santos, Universidade Estadual de Alagoas

Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), modalidade licenciatura. Especialista em Análises Clínicas, mestre em Biologia Parasitária pela Universidade Federal de Sergipe e doutor em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia em Saúde da Fiocruz-PE. Atua na área de parasitologia, com ênfase em enteroparasitoses e esquistossomose mansoni. Coordenador de área do Programa de Bolsas de Iniciação à docência - PIBID/UNEAL, versão 2022/2024.

Referências

Alagoas. Companhia de Saneamento de Alagoas. Unidade de Negócio do Agreste – UN Agreste. (2018). https://www.casal.al.gov.br/u-n-agreste/

Alagoas. Secretaria de Estado da Saúde (SESAU). Boletim Epidemiológico Anual: Esquistossomose: 2021. (2021). Maceió: Secretaria de Estado da Saúde.

Alagoas. Secretaria de Estado da Saúde (SESAU). GEDT: Esquistossomose. Boletim Informativo. (2018). Maceió: Secretaria de Estado da Saúde. http://www.saude.al.gov.br/wp‐content/uploads/2018/06/Boletim‐GEDT‐Esquistossomose‐n%C2%BA‐5.pdf.

Alencar, M. B., Ramos, R. A., Barbosa, C., Oliveira, M. E. T., Melo, C. S. (2016). Esquistossomose mansônica: uma análise de indicadores epidemiológicos no estado de Alagoas entre os anos de 2013 e 2015. Div. Journ. 1(3), pp. 266-274. https://doi.org/10.17648/diversitas-journal-v1i3.468.

Araújo, M. P., Santos, C. M. A., Gomes, D. S., Cirilo, T. M., Bezerra, L. P., Lima, P. D., Machado, J. P. V., Ramos, R. E. S., Gomes, S. C., Alencar, V. J. B., Silva, G. I. L., Damasceno, I. A., Silva, L. O., Paz, W. S., Santos, I. G. A. (2016). Epidemiologia da esquistossomose em uma área de baixa prevalência de Alagoas entre 2010 e 2016. PUBVET. 14 (3), pp. 1-6. https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n3a537.1-6.

Barreto, A. V. M. S., Melo, N. D., Ventura, J. V. T., Santiago, R. T., Silva, M. B. A. (2015). Análise da positividade da esquistossomose mansoni em Regionais de Saúde endêmicas em Pernambuco, 2005 a 2010. Epidemiol Serv Saude. 24 (1), pp. 87-96. https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000100010.

Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Feira Grande – AL. (2020). https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/feira-grande/panorama.

Brasil. Ministério da Saúde. (2019). Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. 3º ed. Brasília: Ministério da Saúde.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico: Doenças Tropicais Negligenciadas. (2021). Número Especial. Brasília: Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2021/boletim_especial_doencas_negligenciadas.pdf

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância da Esquistossomose mansoni: diretrizes técnicas. (2014). 4ª ed. Brasília: Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_esquistossome_mansoni_diretrizes_tecnicas.pdf.

Carvalho, M. E. S., Mendonça, F. A. (2017). Condicionantes socioambientais do Modelo (Re) Produtivo da Esquistossomose na região endêmica do Município de Aracaju/SE. Hygeia. 13(24), pp. 70-91. http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/37397

Cdc. Centers for Disease Control and Prevention. Parasites - Schistosomiasis. (2018). https://www.cdc.gov/parasites/schistosomiasis/

Costa, C. S., Rocha, A. M., Silva, G. S., Jesus, R. P. F. S., Albuquerque, A. C. (2017). Programa de Controle da Esquistossomose: avaliação da implantação em três municípios da Zona da Mata de Pernambuco, Brasil. Sau Deb. 41(spe), pp. 229-241. https://doi.org/10.1590/0103-11042017S17.

Cunha, L. A. D., Guedes, S. A. G. (2012). Prevalência de esquistossomose mansônica na cidade de Nossa Senhora do Socorro. Ide Inova. 1(1), pp. 41–48. https://periodicos.set.edu.br/ideiaseinovacao/article/view/291.

Gomes de Amorim Santos, I., Ramos, R. E. S., Gomes, D. S., Bezerra, L. P., Silva, L. O., Cirilo, T. M., Alves, L. C., Brayner, F. A. (2020). Analysis and spatial distribution of schistosomiasis mansoni in a historically endemic area of northeastern Brazil. Trop Med Inter Health. 25(9), pp. 1085-1092. https://doi.org/10.1111/tmi.13458.

Inobaya, M. T., Olveda, R. M., Chau, T. N. P., Olveda, D. U., Ross, A. G. P. (2014). Prevention and control of schistosomiasis: a current perspective. Res Rep Trop Med. 5, pp. 65–75. https://doi.org/10.2147/RRTM.S44274

Katz, N. (2018). Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose mansoni e Geo-helmintoses. https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25662

Katz, N., Chaves, A., Pelegrino, J. (1972). A simple device for quantitative stool thick-smear technique in schistosomiasis mansoni. Rev Inst Med Trop São Paulo. 14(6): pp. 397-400. https://www.researchgate.net/profile/Naftale-Katz/publication/18489942_A_simple_device_for_quantitative_stool_thick-smear_technique_in_Schistomiasis_Mansoni/links/0046353847b89135d1000000/A-simple-device-for-quantitative-stool-thick-smear-technique-in-Schistomiasis-Mansoni.pdf.

Katz, N., Peixoto, S. V. (2000). Análise crítica da estimativa do número de portadores de esquistossomose mansoni no Brasil. Rev Soc Bras Med Trop. 33(3), pp. 303-308. https://doi.org/10.1590/S0037-86822000000300009.

Melo, A. L. & Coelho, P. M. Z. (2016). Schistosoma mansoni e a Esquistossomose. In: D. P. Neves, A. L. Melo, P. M. Linardi, V. R. W. Almeida (orgs.), Parasitologia Humana. (pp. 225 -245). Atheneu.

Pordeus, L. C., Aguiar, L. R., Quinino, L. R. M., Barbosa, C. S. (2008). A ocorrência das formas aguda e crônica da esquistossomose mansônica no Brasil no período de 1997 a 2006: uma revisão de literatura. Epidemiol. Serv Saúde. 17(3), pp. 163-75. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742008000300002.

Rocha, T. J. M., Santos, M. C. S., Lima, M. V. M., Calheiros, C. M. L., Wanderley, F. S. (2016) Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni em municípios do Estado de Alagoas, Brasil. Rev Pan-Ama Saúde; 7(2), pp. 27-32. http://dx.doi.org/10.5123/S2176-62232016000200003.

Rollemberg, C. V. V., Santos, C. M. B., Silva, M. M. B. L., Souza, A. M. B., Silva, A. M., Almeida, J. A. P., Almeida, R. P., Jesus, A. R. (2011). Aspectos epidemiológicos e distribuição geográfica da esquistossomose e geo-helmintos, no Estado de Sergipe, de acordo com os dados do Programa de Controle da Esquistossomose. Rev Soc Bras Med Trop. 44(1), pp. 91-96. https://doi.org/10.1590/S0037-86822011000100020

Santos, A. J. D., Lima, S. V. M. A., Sousa, A. F. L. D., Vasconcelos dos Santos, A., Santos, I. G. D. A., Bezerra Santos, M., ... & Silva, J. R. S. (2023). Knowledge, Attitude and Practices towards the Prevention of Schistosomiasis Mansoni in an Endemic Area of Alagoas, Northeast Brazil.Tropical Medicine and Infectious Disease,8(1), 34. https://doi.org/10.3390/tropicalmed8010034

Silva, F. F., Bezerra, R. P., Souza, C. D. F., Santos, C. B. (2020). Dinâmica espaço-temporal da Esquistossomose Mansônica em Alagoas (2007-2017). Div. Journ. 5(3): 1738-1749. https://doi.org/10.17648/diversitas-journal-v5i3-1056.

Silva, P. C. V., Domingues, A. L. C. (2011). Aspectos epidemiológicos da esquistossomose hepatoesplênica no Estado de Pernambuco, Brasil. Epidemiol Serv Saúde. 20 (3), pp. 327–36. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742011000300007.

Soares, D. A., Souza, A. S., Silva, D. J., Silva, A. B., Cavalcante, U. M. B., Lima, C. M. B. L. (2019). Avaliação epidemiológica da esquistossomose no estado de Pernambuco através de um modelo de regressão beta. Arqu. Ciên. Saúde. 26(2), pp. 116-120. https://doi.org/10.17696/2318-3691.26.2.2019.1302.

Vasconcelos, C. H., Cardoso, P. C. M., Quirino, W. C., Massara, C. L., Amaral, G. L., Cordeiro, R., Carvalho, O. S. (2009). Avaliação de medidas de controle da esquistossomose mansoni no Município de Sabará, Minas Gerais, Brasil, 1980-2007. Cad Sau Pub. 25(5), pp. 997–1006. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2009000500006.

Vitorino, R. R., Souza, F. P. C., Costa, A. P., Faria Júnior, F. C., Santana, L. A., Gomes, A. P. (2012). Esquistossomose mansônica: diagnóstico, tratamento, epidemiologia, profilaxia e controle. Rev Soc Bras ClínMéd. 10(1), pp. 39-54. http://www.sbcm.org.br/revistas/RBCM/RBCM-2012-01.pdf#page=36.

Who. World Health Organization. Schistosomiasis. (2021). https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/schistosomiasis.

Publicado

2023-07-03

Como Citar

dos Santos, A. J., Holanda Cavalcanti, E. A., Santos Silva, J. R., Pereira da Silva, E. J., Alencar do Nascimento Rocha, M., & Gomes de Amorim Santos, I. (2023). Indicadores epidemiológicos e operacionais do programa de controle da esquistossomose: estudo ecológico em região endêmica no estado de Alagoas, Brasil, 2008 – 2016. Diversitas Journal, 8(3), 1455–1469. https://doi.org/10.48017/dj.v8i3.2444

Edição

Seção

Ciências Biológicas