Epistemologias do Agreste
reflexões e constructos dos saberes populares agrestinos
DOI:
https://doi.org/10.48017/dj.v8i3.2485Palavras-chave:
Epistemologias do Agreste de Pernambuco, Epistemologias do Sul, Saberes PopularesResumo
Este artigo é fruto de uma dissertação de Otávio A. Chaves R. dos Santos, sob orientação da Doutora Allene Carvalho Lage, assim como de reflexões do Grupo de Estudo Filosofia Latino-americana da Universidade Federal de Pernambuco - Campus Agreste. Apoiados no pressuposto de que há uma epistemologia das populações do Agreste de Pernambuco, os autores ensejam compreender as condições de elaboração, organização, linguagens e produção dos saberes populares construídos por homens e mulheres da artesania das letras, do barro, dos cuidados terapêuticos (benzedeiras e raizeiros) e do cultivo da terra. O presente estudo quer, especificamente, evidenciar os estruturantes, a dinâmica e os processos específicos das Epistemologias do Agreste pernambucano. Este estudo em questão está fundamentado nas Epistemologias do Sul, sublinhado, sobremaneira, por Santos (1983; 2010), por Fals Borda (1995), Brandão (1994) e por Arroyo (2012). A metodologia adotada é de natureza exploratória, cunhada pelo método do Caso Alargado (Lage,2013) que propiciou tanto a eleição das ferramentas de coleta como a técnica de análise dos dados. Os resultados obtidos foram: a) há uma íntima relação entre as condições vividas e a elaboração de sentidos e saberes produzidos pelos sujeitos; b) há um arcabouço estrutural e, ao mesmo tempo, dinâmico e próprio de produzir conhecimento das populações agrestinas; c) a Educação Popular é convidada a (re)visitar-se a partir das epistemologias agrestinas que suscitam outras fontes, instrumentos e modos organizativos dos sujeitos populares pronunciarem suas cosmopercepções e suas contribuições para uma educação dialógica e crítico-transformadora; d) estas epistemologias emergem do cotidiano vivido e refletido a partir dos ciclos da natureza, da troca de saberes e das (auto)narrativas dos sujeitos sociais nativos e/ou residentes.
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Referências
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