Estudo farmacobotânico e farmacoquímico dos órgãos vegetativos de Ipomoea batatas (L.) Lam.

Autores

  • Carlos Henrique da Silva Ribeiro Instituto Federal de Pernambuco. Recife, PE, Brasil
  • Gabriel Melo Santana Instituto Federal de Pernambuco. Recife, PE, Brasil
  • Felipe Ribeiro Silva Universidade Federal de Pernambuco; Recife, Pernambuco, Brasil
  • Cledson dos Santos Magalhães Universidade Federal de Pernambuco; Recife, Pernambuco, Brasil
  • Karina Perrelli Randau . Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.48017/dj.v8i4.2509

Palavras-chave:

Anatomia, Histoquímica, Batata-doce

Resumo

Ipomoea batatas (L.) Lam., conhecida popularmente como batata-doce; é considerada um alimento rico em nutrientes, tem suas folhas usadas em diversas finalidades, inclusive como alternativa a outros alimentos folhosos. Além disso, a folha é utilizada na medicina tradicional para redução do colesterol, inflamação de garganta, dor de dente, fadiga, gengiva inflamada, gonorreia e como antidiabética. Apesar do uso tradicional e da importância econômica da batata, ainda são poucos os estudos na literatura que descrevam a anatomia, bem como a histoquímica e fitoquímica de I. batatas. Devido a isso, o presente estudo tem como objetivo realizar a caracterização anatômica, histoquímica e fitoquímica da espécie Ipomoea batatas (L.) Lam. No estudo realizado, foram utilizados métodos usuais em anatomia vegetal na preparação das análises em microscópio de luz e polarização de lâminas semipermanentes contendo secções transversais da raiz, caule, pecíolo e lâmina foliar e paradérmicos da lâmina foliar de I. batatas. Foi realizado também testes histoquímicos a fim de localizar os metabólitos na lâmina foliar através de secções transversais e prospecção fitoquímica de extratos etanólico das folhas através da Cromatografia em Camada Delgada. Através da anatomia foi possível observar características que diferenciam I. batatas das demais espécies do gênero, como quantidades de camada e localização dos tecidos dos órgãos vegetativos (raiz, caule e folha), presença de tricomas glandulares no pecíolo e na lâmina foliar e presença de canais secretores no caule, pecíolo e lâmina foliar. Nos testes histoquímicos foi possível observar a presença de compostos fenólicos, compostos lipofílicos, grãos de amido, lignina e triterpenos e esteroide na lâmina foliar da espécie; e através da fitoquímica foram identificados flavonoides, mono e sesquiterpenos, triterpenos e esteroides, derivados cinâmicos e açúcares redutores, confirmando o observado na histoquímica. Os resultados apresentados no estudo demonstram a importância da caracterização anatômica, histoquímica e fitoquímica para o controle de qualidade da droga vegetal e padronização farmacobotânica de I. batatas.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Carlos Henrique da Silva Ribeiro, Instituto Federal de Pernambuco. Recife, PE, Brasil

0000-0002-5933-1950. Instituto Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil; Estudante; e-mail: carlos.hsribeiro@ufpe.br

Gabriel Melo Santana, Instituto Federal de Pernambuco. Recife, PE, Brasil

0000-0001-7856-9107. Instituto Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil; Estudante; e-mail: gabrielmelosantana@hotmail.com

Felipe Ribeiro Silva, Universidade Federal de Pernambuco; Recife, Pernambuco, Brasil

0000-0003-0915-5933. Universidade Federal de Pernambuco; Recife, Pernambuco, Brasil; Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas; e-mail: felipe.rsilva@ufpe.br

Cledson dos Santos Magalhães, Universidade Federal de Pernambuco; Recife, Pernambuco, Brasil

0000-0002-2398-4036. Universidade Federal de Pernambuco; Recife, Pernambuco, Brasil; Pós-graduação em Inovação Terapêutica; e-mail: cledsonmagalhaes@gmail.com

Karina Perrelli Randau, . Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil

0000-0002-4486-4420. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil; Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas e Pós-graduação em Inovação Terapêutica. e-mail: karina.prandau@ufpe.br

Referências

Austin, D.F. (2016). Morfoanatomia foliar de Turbina cordata (Choisy) (Convolvulaceae). Revista Saúde & Ciência Online, v. 5, n. 3, p. 211- 217.

Austin, D. F., Staples, G. W., Simão-Bianchini, R.(2015). A synopsis of Ipomoea (Convolvulaceae) in the Americas: Further corrections, changes, and additions. Taxonomy . V. 64: 625-633.

Ayeleso, T. B., Ramachela, K., Mukweveho, E.(2017). A review of therapeutic potentials of sweet potato: Pharmacological activities and influence of the cultivar. Tropical Journal of Pharmaceutical Research, v.15, n.12, p.2751.

Azevedo, S.M, Junior, V. C. A., Fernandes, J. S.C., Pedrosa, C. E., Oliveira, C. M. (2002). Reação de clones de batata-doce aos insetos de solo. Ciência e Agro- tecnologia, V.26, p.545-549.

Barroso, G. M. (1986). Sistemáticas de Angiospermas do Brasil. V. 3. Ed. Livros técnicos e Científicos SI A;

Brasil (2010). Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasília.

Bukatsch, F. (1972). Bemerkungen zur Doppelfärbung Astrablau-Safranin. Mikrokosmos, v. 61, n. 8, p. 255.

Chhetri, D. R., Parajuli, P.,Subba, G. C.. (2005). Antidiabetic plants used by Sikkim and Darjeeling Himalayan tribes, India. Journal of Ethnopharmacology, v. 99, n.2, p. 199–202,

Gabe, M. (1968). Techniques histologiques. Masson & Cie, Paris.

Harbone, J.B. (1998). Phytochemical methods. 3.ed. London: Chapman & Hall.

Huang, D. J., Lin, C., Chen, H., Lin, Y.(2004). Antioxidant and antiproliferative activities of sweet potato (Ipomoea batatas [L.] Lam `Tainong 57’) constituents. Botanical Bulletin of Academia Sinica, v. 45, p. 179-186,

IBGE. (2006). Censo agropecuário 1995/1996. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: . Acesso em: 15/07/2022.

Islam, S. (2013). Nutritional and Medicinal Qualities of Sweet potato Tops and Leaves. Cooperative Extension Service, University of Arkansas.

Jeng, T. L. Lai, C. C., Liao, T. C., Lin, S. Y., Sung, J. M. (2015). Effects of drying on caffeoylquinic acid derivative content and antioxidant capacity of sweet potato leaves. Journal of Food and Drug Analysis, v.23, n.4, p.701–708,

Jensen, W. A. (1962). Botanical histochemistry, principles and practice. W. H. Freeman, San Francisco.

Johansen, D. A. (1940).Plant Microtechnique. Mc Graw Hill, New York.

Judd, W. S., Campbell, C. S., Kellogg, E. A., Teven, P. F. (1999). Plant Systematics: A phylogenetic approach. Sunderland: Sinauer Associates.

Kim, S.H., Kim, Y., Ahn, M., Jeong, J. C., Lee, H., Kwak, S. (2013). Down regulation of the lycopene e-cyclase gene increases carotenoid synthesis via the b-branch-specific pathway and enhances salt-stress tolerance in sweet potato transgenic calli. Physiologia Plantarum 147, 432–442.

Kraus, J. E; Arduin, M. (1997). Manual básico de métodos em morfologia vegetal. EDUR, Rio de Janeiro.

Lowell, C.; Lucansky, T.W. (1986).Vegetative anatomy and morphology of Ipomoea hederifolia (Convolvulaceae). Bulletin of the Torrey Botanical Club, v. 113, n. 4, p. 382-397.

Mace, M. E.; Bell, A. A.; Stipanovic, R. D. (1974). Histochemistry and isolation of gossypol and related terpenoids in root of cotton seedlings. Phytophatology, v. 64, p. 1297-1302.

Mace, M. Z.; Howell, C. R. (1974). Histochemistry and identification of condensed tannin precursors in roots of cotton seedlings. Canadian Journal Botany. 52, 2423-2426.

Metcalfe, C. R.; Chalk, L. (1950). Anatomy of the dicotyledons. Vol. II, Oxford: Clarendon Press, p. 421-450,

Metz, H. (1961). Thin-layer chromatography for rapid assays of enzymic steroid transformations. Naturwissenschaften, n.48, p.569-570,

Mors, W.B., Rizzini, C. T., Pereira, N. A. (2000). Medicinal plants of Brazil. Algonac: Reference Publishing Inc.

Neu, R. (1956). A new reagent for differentiating and determining flavones on paper chromatograms. Naturwisenchaften. N. 43, p. 82.

Pochapski M.T., Fosquiera, E. C., Esmerino, L. A., Santos, E. B., Farago, P. V., Santos, F. A. Groppo, F. C. (2011). Phytochemical screening, antioxidant, and antimicrobial activities of the crude leaves' extract from Ipomoea batatas (L.) Lam. Pharmacognosy Magazine. V. 7(26), p. 165-70.

Procópio, S.O., Ferreira, E. A., Silva, E. A. M., Silva, A. A., Rifino, R. J. N., Santos, J. B. (2003). Anatomia foliar de plantas daninhas do Brasil. UFV.

Quraishi, R.K.Y.K. (2016). Macromorphological, anatomical studies and flavonoid estimation of Ipomoea aquatica Forssk. And Argyreia nervosa (Burn.f.). International Research Journal of Science & Engineering, v. 4, n. 1, p. 43-47,

Rampe, H.L. Umboh, S. D., Siahaan, R., Maabuat,P. V. (2019). Anatomical characteristics of stomata, mesophyll and petiole of six varieties sweet potatoes (Ipomoea batatas L.) After organic fertilizer induction. Materials Science and Engineering, 567.

Randau, K. P., Florencio, D. C., Ferreira, C. P., Xavier, H. S. (2004). Estudo farmacognóstico de Crotonrhamnifolius H.B.K. e Crotonrhamnifolioides Pax &Hoffm. (Euphorbiaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia. V. 14, n. 2.

Roberts, E. A. H., CartWright, R. A., Oldschool, M. (1957). The phenolic substances of manufactured tea. I.—Fractionation and paper chromatography of water-soluble substances. Journal of Science Food Agriculture., v.8, p. 72-80.

Santos, E. A. V. ;Nurit-Silva, K. (2018). Morfoanatomia Dos Orgãos Vegetativos De ipomoealongeramosachoisy (Convolvulaceae). III Conapesc - Realize Editora.

Santos, E. A. V. ;Nurit-Silva, K. (2015). Estudo Anatômico dos Órgãos Vegetativos Aéreos de Ipomoeatriloba L. (Convolvulaceae). Revista Saúde & Ciência Online, v. 4, n. 3, p. 89- 93.

Sass, J. E. (1951). Botanical microtechnique. The Iowa State College Press, Ames, Second Edition.

Sauer, C. O. (1986). As plantas cultivadas na América do Sul tropical. Etnobiologia, Vol. 1: p. 58-90.

Stiasny, E. (1912). The qualitative and differenciation of vegetable tannins, Collegium, p. 483-499.

Tabuti, J.R. Lye, K. A., Dhillion, S. S. (2003). Traditional herbal drugs of Bulamogi, Uganda: plants, use and administra- tion. Journalofethnopharmacology, v. 88, n. 1, p. 19-44.

Tayade, S. K., Patil, D. A. (2012). Foliar Anatomy of Some Uninvestigated Species of Convolvulaceae. Life sciences Leaflets, v. 3, p. 75-86.

Vendrusculo, G. S.; Mentz, L. A. (2006). Levantamento etnobotânico das plantas utilizadas como medicinais por moradores do bairro Ponta Grossa, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. IHERINGIA, sériebotânica, v. 61, n. 1-2, p. 83-103.

Vishnu, V. R., Renjith, R., Mukherjee, A., Anil, S. R., Sreekumar, J., Jyothi, A. N. (2019). Comparative Study on the Chemical Structure and In Vitro Antiproliferative Activity of Anthocyanins in Purple Root Tubers and Leaves of Sweet Potato ( Ipomoea batatas). Journal Agricutural Food Chemistry, v. 67, n. 9, p. 2467-2475.

Vizzotto, M., Pereira, E. S., Castro, L. A. S., Raphaelli, C. O., Krolow, A. C. (2018). Composição mineral em genótipos de batata-doce de polpas coloridas e adequação de consumo para grupos de risco. Brazilian Journal Food Technology, v.21.

Wagner, H., Bladt. S. (1996). Plant Drug Analyses. 2ed. New York : Springer, p. 384,

Wet, H. Nzama, V. N.,Vuuren, S. F. (2012). Medicinal plants used for the treatment of sexually transmitted infections by lay people in northern Maputaland, kwazulu–Natal Province, South Africa. South African Journal of Botany, v. 78, p. 12-20.

Downloads

Publicado

2023-12-16

Como Citar

da Silva Ribeiro, C. H., Melo Santana, G., Ribeiro Silva, F., dos Santos Magalhães, C., & Randau, K. P. (2023). Estudo farmacobotânico e farmacoquímico dos órgãos vegetativos de Ipomoea batatas (L.) Lam. Diversitas Journal, 8(4). https://doi.org/10.48017/dj.v8i4.2509

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.