Análise da adesão à farmacoterapia por pacientes em terapia hemodialítica atendidos em um hospital universitário

Autores

  • Sávio Bruno Araújo Diniz Universidade Federal de Pernambuco https://orcid.org/0000-0002-8085-8298
  • Felipe Cícero Pereira do Nascimento Universidade Federal de Pernambuco
  • Mariana Martins Benvindo Universidade Federal de Pernambuco
  • Francisca Sueli Monte Moreira Universidade Federal de Pernambuco
  • Regina Meira Lima de Sousa Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Brasil
  • Carolina Barbosa Brito da Matta Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.48017/dj.v9i1.2697

Palavras-chave:

Adesão ao Tratamento Farmacológico, Hemodiálise, Atenção Farmacêutica.

Resumo

Este trabalho teve como objetivo analisara adesão à farmacoterapia por pacientes em terapia hemodialítica atendidos em um hospital universitário. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, prospectivo, com abordagem quantitativa; com coleta de dados realizada entre novembro de 2022 e janeiro de 2023;que teve como variáveis dados sociodemográficos e clínicos e que utilizou o Brief Medication Questionnaire(BMQ)para analisar o grau de adesão dos pacientes incluídos.Foram excluídos da amostra os que não obtiveram pontuação mínima para os pontos de corte do Mini Examedo Estado Mental. Dos 43 pacientes incluídos, constatou-se um predomínio do sexo feminino (55,8%) com idade maior que 50 anos (53,5%), estado civil solteiro (41,9%), com renda familiar de 1 a 3,5 salários mínimos (69,8%) e com mais de 7 anos de estudo (67,4%). As doenças de base de etiologia indeterminadas tiveram maior prevalência (18,6%). Entre os participantes, 53,5% possuíam de 1 a 3 comorbidades (3,7 ± 2,2) e estavam a menos de 1 ano em hemodiálise (55,8%). Referente ao número de medicamentos em uso, houve diferença entre a quantidade coletada no autorrelato (5,1 ± 2) da obtida no prontuário (5,9 ± 2,4). Destes, 69,8% dos pacientes obtiveram pontuação compatível com baixa adesão conforme score total do BMQ. No domínio “Regime”, 88,4% apresentaram barreiras. No domínio “Crenças”, 27,9% pontuaram e no domínio de “Recordação”, 93% obtiveram um escore compatível com a não adesão. Não houve associação estatisticamente significativa entre as variáveis sociodemográficas, porém, verificou-se uma correlação entre polifarmácia e não adesão (p=0,027). O estudo possibilitou a identificação das barreiras à adesão medicamentosa, principalmente nos domínios “regime” e “recordação”.

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Biografia do Autor

Sávio Bruno Araújo Diniz, Universidade Federal de Pernambuco

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). Recife, Pernambuco (PE), Brasil.

Felipe Cícero Pereira do Nascimento, Universidade Federal de Pernambuco

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Recife, Pernambuco (PE), Brasil.

Mariana Martins Benvindo, Universidade Federal de Pernambuco

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). Recife, Pernambuco (PE), Brasil.

Francisca Sueli Monte Moreira, Universidade Federal de Pernambuco

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Recife, Pernambuco (PE), Brasil.

Regina Meira Lima de Sousa, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Brasil

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). Recife, Pernambuco (PE), Brasil.

Carolina Barbosa Brito da Matta, Universidade Federal de Pernambuco

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). Recife, Pernambuco (PE), Brasil.

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Publicado

2024-03-28

Como Citar

Diniz, S. B. A., Nascimento, F. C. P. do, Benvindo, M. M., Moreira, F. S. M., Sousa, R. M. L. de, & Matta, C. B. B. da. (2024). Análise da adesão à farmacoterapia por pacientes em terapia hemodialítica atendidos em um hospital universitário. Diversitas Journal, 9(1), 463–476. https://doi.org/10.48017/dj.v9i1.2697