Quero ler e escrever no curta “Vida Maria”: rogo infantil manifesto no enunciado “Fica aí, fazendo nada, desenhando nome”
DOI:
https://doi.org/10.48017/dj.v7i2.2055Palabras clave:
PALAVRAS-CHAVE: Enunciado, Entonação valorativa, Leitura dialógica.Resumen
Neste artigo, apresentamos uma proposta de leitura assente no conceito dialógico de entonação valorativa, enquanto tom das práticas sociais discursivas, a partir da análise e da compreensão do enunciado “Fica aí, fazendo nada, desenhando nome”, no filme “Vida Maria”, a partir da manifestação da entonação valorativa. O planeamento deste estudo visa o cumprimento do propósito de analisar o discurso verbalmente expresso, somado aos gestos, aos movimentos, às expressões fisionômicas, às posturas corporais, aos desenhos, às paisagens etc., objetivando compreender os rogos infantis implícitos e explícitos, que exteriorizam o desejo de inclusão em processos de escolarização. Para a discussão teórico-conceitual, consideramos que a linguagem, a língua e os sentidos emergem das experiências vivenciadas pelos indivíduos nas múltiplas relações sócio-valorativas estabelecidas no meio em que vivem, justamente, por estarem ancorados no coletivo social. Para tanto, pautamo-nos nos estudos de Bakhtin (2003[1979]; Volóchinov (2019[1926]; Medviédev (2016[1928]); Abramowicz (2016). No plano metodológico, analisamos o discurso proferido no curta: “Fica aí, fazendo nada, desenhando nome”, a partir das características teóricas do conceito definido pelo Círculo e por Bezerra (2020). Os resultados preliminares apontam que a entonação, ao ser considerada e trabalhada no processo de compreensão de gêneros, verbo-visuais, audiovisuais, entre outros, suscita práticas sociais compartilhadas, desse modo, coopera com a assimilação, a reavaliação e a atualização da palavra em uso, a contribuir na construção de sentidos e, consequentemente, na interpretação dos gêneros discursivos.
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