Ocupação Tereza de Benguela: um território de luta e resistência
DOI:
https://doi.org/10.17648/diversitas-journal-v6i1-1692Resumo
RESUMO: Os movimentos sociais contemporâneos atuam como modificadores das relações socioespaciais, assumindo muitas vezes o protagonismo que deveria ser do Estado, atuando junto às populações menos favorecidas, indicando outros caminhos, para além, da marginalização e exclusão social. Este artigo apresenta reflexões sobre uma ocupação organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), mais precisamente o acampamento Tereza de Benguela, situado no Conjunto Village Campestre II, localizado no bairro Cidade Universitária, na cidade de Maceió, Alagoas. Neste é analisada a forma como os/as acampados/as se relacionam com o espaço, discutindo a importância do Movimento na luta por moradia e pela dignidade dos seus membros. O objetivo aqui é discutir a legitimidade da existência do acampamento Tereza de Benguela, compreender a formação territorial da ocupação, as estratégias usadas pelos acampados/as para se organizarem, as dificuldades que o Movimento enfrenta e a importância do trabalho feminino dentro do MTST. Com abordagem qualitativa, o artigo teve como percurso metodológico a realização de pesquisa bibliográfica; visitas técnicas com o intuito de vivenciar o dia-a-dia dos/as acampados/as que moravam e/ou frequentavam a ocupação; e realização de entrevistas semiestruturadas. A partir das informações coletadas pode-se fazer a sistematização das mesmas e as reflexões pertinentes. A ocupação Tereza de Benguela, é um dos acampamentos do MTST existentes no estado de Alagoas, as ações do Movimento marcam intensamente o espaço geográfico, levando a construção de um território específico e único, cuja permanência dependerá da correlação de forças envolvidas no processo.
PALAVRAS-CHAVE: MTST; Luta pela Moradia; Organização Social.
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