“You can't leave the house, you can't hug anyone…” Quilombola children from the hinterland of Alagoas and what they say about the pandemic
DOI:
https://doi.org/10.48017/dj.v7i2.2029Keywords:
Childhood. Quilombola child; Territory.Abstract
Este texto apresenta as análises realizadas em uma pesquisa com crianças e tem como objetivo examinar, por meio das narrativas das crianças, como a atual conjuntura social tem afetado suas subjetividades, seus territórios e os modos de viver suas infâncias em tempo de pandemia. Situa-se em duas comunidades quilombolas de um dos sertões alagoano. Como problema (s) de pesquisa, buscou-se compreender como as crianças quilombolas estão atravessando e sendo atravessadas pelos discursos e práticas construídas na pandemia? Como a escola, enquanto um espaço de interação entre as crianças, de trocas e construção de cultura e experiências, tornou-se um lugar distante e não habitado por elas? Desse modo, o texto envereda pelo viés dos estudos decoloniais, contrapondo a lógica adultocêntrica, eurocêntrica e colonizadora sobre as crianças de um modo geral e, especificamente, sobre as crianças quilombolas. Para tal caminho investigativo, utilizamos a pesquisa qualitativa com foco no estudo de caso. Foram realizadas conversações entre as crianças e as pesquisadoras, bem como produções de desenhos criados pelas crianças que ilustram as suas impressões sobre suas cotidianidades, as relações que estabelecem com outras crianças nos espaços de interação como a escola, a rua e a praça antes e durante a pandemia. O referencial teórico parte de Abramowicz; Rodrigues (2014); Quijano (2014); Gallo (2018); Mbembe (2018), entre outros autores. Inferimos que há, entre as falas das crianças, similitudes sobre a saudade que sentem de brincar, de correr na rua, do recreio e dos/as amigos/as que encontravam no espaço escolar e em outros espaços nos quais elas transitavam antes da pandemia.
Metrics
References
ABRAMOWICZ, Anete; RODRIGUES, Tatiane Cosentino. Descolonizar as pesquisas com crianças e três obstáculos. Educ. Soc., Campinas, v. 35, n. 127, p. 461-474, abr.-jun., 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-73302014000200007. Acesso em: 8 de jul. de 2021.
ARROYO, Miguel. Vidas ameaçadas: exigências - respostas éticas da educação e da docência. Petropólis,RJ: Vozes, 2019.
ALVES, Diego dos Santos. História, memória e imagem quilombola: O vídeo educativo como recurso didático no currículo do ensino médio integrado. – 2021, 300 f. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica). Instituto Federal de Alagoas., Maceió, 2021.
COUTO. Mia. A fronteira da Cultura, 2011. Disponível em: https://vermelho.org.br/2011/08/07/mia-couto-a-fronteira-da-cultura/. Acesso em: 29 de jun. de 2021.
CHIZZOTTI. Antonio, A pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais: evolução e desafios. Revista Portuguesa de Educação, v. 16, n. 2, p. 221-236, 2003. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/374/37416210.pdf. Acesso em: 17 de jul. 2021.
DALALANDE, Julie. Aprender entre crianças o universo social e cultural do recreio. In: LOPES, Jader Janer Moreira; MELLO, Marisol Barenco de. “O jeito de que nós crianças pensamos sobre certas coisas”: dialogando com lógicas infantis. [Org.]. - Rio de Janeiro: Rovelle, 2009, p. 23-41.
GALLO, Sílvio. “Ir junto”: os desafios de educar uma “infância maior”. In: SANTOS, S.E. et al (Org.). pedagogias descolonizadoras e infâncias: por uma educação emancipatória desde o nascimento. Maceió: EDUFAL, 2018, p. 59-69.
GROSFOGUEL, Ramon. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. In: Revista crítica de ciências sociais, n. 80, 2008, p. 115-14.
GUIDA, Angela. el at. Notas de gênero e decolonialidade na educação. – Campo Grande, MS: Ed. UFMS, 2021.
KOHAN, Walter Omar. Tempos de pandemia e necropolítica: ainda há tempo de infância. Revista Latinoamarecina. 2020. Disponível em: https://www.revistalatinoamericana-ciph.org/2020/06/24/tempos-de-pandemia-e-necropolitica-ainda-ha-tempo-de-infancia-por-walter-omar-kohan/. Acesso em: 17 de jul. de 2021.
LEITE, César Donizetti Pereira. O que pode a imagem? Novas temporalidades e o devir criança na educação infantil. Projeto de Pesquisa. UNESP: Rio Claro, 2015.
MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Orgs.) El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Universidad Javeriana-Instituto Pensar, Universidad Central-IESCO, Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 127-167.
MINAYO, Maria Cecília de Sousa (Org.). Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. – Petrópolis: Vozes, 2001.
MIGUEL, Antônio. Infâncias e pós-colonialismo. Educ. Soc., Campinas, v.35, n.128, p. 624-996, jul/set., 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/ES0101-73302014116720. Acesso em: 10 de jul. de 2021.
MBEMBE, Achille. Necropolítica. 3. ed. São Paulo: n-1 edições, 2018.
QUIJANO, Aníbal. Cuestiones y horizontes: a dependência histórica-estrutural a colonialidade/descolonialidade do poder: antología essencial. CLACSO - CONSEJO LATINOAMERICANO DE CIENCIAS SOCIALES. [s.I.]. 2014.
SANTOS, Solange Estanislau dos.; SARAIVA, Marina Rebeca de Oliveira. O ano que não tem fim: as crianças e suas infâncias em tempos de pandemia. Zero-a-Seis, Florianópolis, v. 22, n. Especial, p. 1177-1187, dez./dez., 2020. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1980-4512.2020v22nespp1177. Acesso em 19 de jul. de 2021.
TOLEDO, Aureo [Org.]. Perspectiva pós-coloniais e decolonias em relações internacionais. – Salvador: EDUFBA, 2021.
WALSH, C., Oliveira, L. F., & Candau, V. M. (2018). Colonialidade e pedagogia decolonial: para pensar uma educação outra. Arquivos Analíticos de Políticas educativas, 26-83.
Additional Files
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2022 Roseane Abreu Ferreira, Maria Dayane Martins Gonzaga, Maria Socorro Barbosa Macedo, Valderlani Viana Leite
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
The Diversitas Journal expresses that the articles are the sole responsibility of the Authors, who are familiar with Brazilian and international legislation.
Articles are peer-reviewed and care should be taken to warn of the possible incidence of plagiarism. However, plagiarism is an indisputable action by the authors.
The violation of copyright is a crime, provided for in article 184 of the Brazilian Penal Code: “Art. 184 Violating copyright and related rights: Penalty - detention, from 3 (three) months to 1 (one) year, or fine. § 1 If the violation consists of total or partial reproduction, for the purpose of direct or indirect profit, by any means or process, of intellectual work, interpretation, performance or phonogram, without the express authorization of the author, the performer, the producer , as the case may be, or whoever represents them: Penalty - imprisonment, from 2 (two) to 4 (four) years, and a fine. ”