Educação em saúde na perspectiva de graduandos de Ciências Biológicas e Enfermagem
DOI:
https://doi.org/10.17648/diversitas-journal-v6i1-1458Palabras clave:
Formação profissional, Prática educativa, Qualidade de vidaResumen
Atuar no processo educativo em saúde priorizando as relações dialógicas entre os atores envolvidos tem sido um grande desafio, seja no ambiente escolar ou no atendimento à comunidade. Compreendendo que a formação inicial dos profissionais para exercer está prática tem relação com esta realidade, o presente estudo buscou investigar a compreensão sobre Educação em Saúde (ES) na perspectiva de graduandos de Ciências Biológicas e Enfermagem de uma universidade pública federal, no agreste alagoano. Utilizou-se abordagem qualitativa envolvendo 261 estudantes. Destes, 139 eram do curso de Ciências Biológicas e 122 do curso de Enfermagem. As concepções foram obtidas mediante um questionário semiestruturado e organizadas em um corpus textual. Após aplicação do método de Classificação Hierárquica Descendente (CHD) através do software Iramuteq® emergiram três classes, exploradas e discutidas à luz da literatura. Houve predomínio da concepção de ES centrada na doença (43,10%), sobretudo entre estudantes de Ciências Biológicas (X2=8,37). A concepção de ES centrada na saúde foi a segunda mais prevalente (31,38%), seguida pela concepção de ES centrada na qualidade de vida (25,52%), ambas, com maior representação dos estudantes de enfermagem. Os resultados apontam que o modelo biomédico de ES encontra-se arraigado nas concepções dos profissionais em formação, principalmente na área de Ciências Biológicas. A transição para um modelo crítico e reflexivo é mais evidente entre os profissionais da enfermagem. Diante das demandas em saúde e para atendê-las, é fundamental que a formação desses profissionais possibilite o desenvolvimento das competências necessárias para um trabalho educativo reflexivo e dialógico que proporcione a emancipação dos indivíduos e valorize a promoção da saúde nas comunidades.
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