Corpo e conservadorismo: uma análise crítica

Autores

  • Elson dos Santos Gomes Junior Instituto Federal Fluminense – IFF; Santo Antônio de Pádua, Rio de Janeiro, Brasil https://orcid.org/0000-0002-7222-8288

DOI:

https://doi.org/10.48017/dj.v10iEspecial_2.3261

Palavras-chave:

Ontologia, natureza, Complexidade

Resumo

O presente trabalho apresenta uma análise crítica endereçada à concepção de corpo elaborada pelo conservadorismo político. Esta questão se justifica pelo fato desta corrente apresentar como pilar ontológico uma existência pretensamente natural e que, de acordo com seus pressupostos, se manifesta como algo divino e acabado. Nestes termos, o objetivo é demonstrar como o conservadorismo nega a complexidade ontológica humana que, por meio de suas inúmeras dimensões, ultrapassa a dualidade existencial restrita ao corpo e ao espírito. A metodologia é de cunho qualitativo-bibliográfico que, tomando obras clássicas e seminais do pensamento político conservador, extrai um conjunto de pressupostos que balizam sua ontologia. Estas demonstram que as resistências e violências endereçadas aos corpos plurais são, na verdade, práticas alicerçadas sobre uma das principais perspectivas sociopolíticas da modernidade. Assim, por meio do percurso explicativo proposto, conseguimos visualizar os papeis legisladores da gramática política conservadora reservados à religião, à estrutura social e à ideia de natureza, sendo, esta última, normativa e imperativa. Neste quadro, concluímos que o conservadorismo político se encontra aquém das necessidades ontológicas e sociais, uma vez que contempla uma complexidade dual para estas esferas.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Elson dos Santos Gomes Junior, Instituto Federal Fluminense – IFF; Santo Antônio de Pádua, Rio de Janeiro, Brasil

0000-0002-7222-8288; Professor da Educação Básica, Técnica e Tecnológica; Instituto Federal Fluminense – IFF; Santo Antônio de Pádua, Rio de Janeiro, Brasil; E-mail: elsonuenf@yahoo.com.br

Referências

Adorno, T. W. (1995). Educação e Emancipação. Paz e Terra

Burke, E. (2012). Reflexões sobre a Revolução na França. Topbooks.

Scheler, M. (2008). A situação do homem no cosmo. Texto e Grafia.

Coutinho, J. P. (2014). As ideias conservadoras explicadas a revolucionários e reacionários. Três Estrelas.

Eliot, T. S. (2012). Notas para uma definição de cultura. Perspectiva.

Fernandes, F. (1976). A Sociologia numa era de revolução social. Zahar Editores.

Freire, P. (2018). A pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa. Paz & Terra.

Freire, P. (2019). A pedagogia do oprimido. Paz & Terra.

Fromm, E., Chaves G., R. E., Dunayevskaya, R., Marcuse, H., Kosik, K., Petrović, G., Marković, M., Senghor, L., Bloch, E., & Rubel, M. (Compiladores). (1966). Humanismo socialista. Paidós.

Gahyva, H. (2017). Notas sobre o conservadorismo: Elementos para a definição de um conceito. Políticas & Sociedade, 16(35), 299-320. https://doi.org/10.14393/PSv16n35a2017-6

Gomes Junior, E. dos S. (2021). Paulo Freire e a educação contra a burocratização da mente. Revista Transformar, 15 (1), 175-191. https://www.fsj.edu.br/transformar/article/view/570

Hirschman, A. O. (2019). A retórica da intransigência: Perversidade, futilidade, ameaça (T. R. Bueno, Trad.). Companhia das Letras.

Honderich, T. (1993). El conservadurismo: un análisis de la tradición anglosajona (J. M. Álvarez Flórez, Trad.). Península.

Kinzo, M. D. G. (2001). Burke: a continuidade contra a ruptura. In F. C. Weffort (Org.), Os clássicos da política (Vol. 2, pp. 13–45). Ática.

Kirk, R. (2021a). A mentalidade conservadora: de Edmund Burke a T. S. Eliot. É Realizações Editora.

Kirk, Russel. (2021b). Breve manual de conservadorismo. Trinitas.

Kirk, Russel. (2016). Edmund Burke: Redescobrindo um gênio. É Realizações.

Lessa, R. (1998). Porque rir da filosofia política? Ou a ciência política como téchne. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 13(36), 141–168. https://doi.org/10.1590/S0102-69091998000100013

Marx, K., & Engels, F. (2007). A ideologia alemã (L. C. de C. e Costa, Trad). Martins Fontes. (Original publicado em 1845-1846)

Moreira, I. (2019). A filosofia política de Edmund Burke. É Realizações.

Nisbet, R. (1987). Conservadorismo. Editorial Estampa.

Downloads

Publicado

2025-09-16

Como Citar

dos Santos Gomes Junior, E. (2025). Corpo e conservadorismo: uma análise crítica. Diversitas Journal, 10(Especial_2), 0076–0088. https://doi.org/10.48017/dj.v10iEspecial_2.3261