Corpo e conservadorismo: uma análise crítica
DOI:
https://doi.org/10.48017/dj.v10iEspecial_2.3261Palavras-chave:
Ontologia, natureza, ComplexidadeResumo
O presente trabalho apresenta uma análise crítica endereçada à concepção de corpo elaborada pelo conservadorismo político. Esta questão se justifica pelo fato desta corrente apresentar como pilar ontológico uma existência pretensamente natural e que, de acordo com seus pressupostos, se manifesta como algo divino e acabado. Nestes termos, o objetivo é demonstrar como o conservadorismo nega a complexidade ontológica humana que, por meio de suas inúmeras dimensões, ultrapassa a dualidade existencial restrita ao corpo e ao espírito. A metodologia é de cunho qualitativo-bibliográfico que, tomando obras clássicas e seminais do pensamento político conservador, extrai um conjunto de pressupostos que balizam sua ontologia. Estas demonstram que as resistências e violências endereçadas aos corpos plurais são, na verdade, práticas alicerçadas sobre uma das principais perspectivas sociopolíticas da modernidade. Assim, por meio do percurso explicativo proposto, conseguimos visualizar os papeis legisladores da gramática política conservadora reservados à religião, à estrutura social e à ideia de natureza, sendo, esta última, normativa e imperativa. Neste quadro, concluímos que o conservadorismo político se encontra aquém das necessidades ontológicas e sociais, uma vez que contempla uma complexidade dual para estas esferas.
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