Letramento científico no ensino de Biologia: o planejamento pedagógico no Programa Residência Pedagógica

Autores

  • Felipe Rodrigues de Andrade Universidade Federal de Alagoas
  • Lilian Carmen Universidade Federal de Alagoas
  • Jussara Lima

DOI:

https://doi.org/10.48017/dj.v7i4.2228

Palavras-chave:

PRP, formação inicial, Ensino de Biologia, metodologias ativas

Resumo

Este artigo se debruça sobre a produção textual de nove residentes do Programa Residência Pedagógica (PRP), voltado para a formação inicial, pertencentes ao subprojeto Biologia. Entendendo o professor de Biologia como um fomentador do letramento científico, lançou-se uma questão fundamental: são os residentes, ao longo de sua formação no PRP, capazes de realizar o letramento científico junto aos estudantes da Educação Básica? Objetivou-se descrever sobre competência docente a partir da produção de estratégias pedagógicas no PRP, especificamente a produção de planos de aula contendo as metodologias ativas Experimentação Científica e Sequência de Ensino por Investigação (SEI). Para atender o objetivo proposto foi utilizado como método a pesquisa documental, com a abordagem qualitativa, do tipo descritiva. Os planos de aula elaborados foram analisados sob a lupa de três critérios: clareza dos objetivos educacionais, domínio do pensamento científico e domínio das metodologias utilizadas. A análise revelou que todos os nove residentes são cientificamente letrados e capazes de expressar com clareza os objetivos educacionais em seus planos de aula. Além disso, uma diversidade de graus de apropriação do conhecimento científico foi observada, com residentes dominando o método científico completamente e utilizando estratégias ousadas de letramento, enquanto outros permaneceram conservadores, atrelados a uma visão antiquada de ciência, numa concepção iluminista. Em relação às estratégias pedagógicas elaboradas, apenas dois residentes não compreenderam a caracterização das metodologias ativas abordadas, aplicando metodologias passivas. Tal descaracterização pode ser explicada por uma formação básica e acadêmica ainda muito arraigada na passividade discente, ao que o PRP tem o potencial de desconstruir. Conclui-se assim, que a jornada dos residentes no programa foi auspiciosa, apesar dos entraves encontrados em algumas concepções arcaicas de ciência e ensino.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Lilian Carmen, Universidade Federal de Alagoas

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Alagoas/UFAL (1999). Especialista em Tecnologia na Educação (CESMAC, 2000), Mestre em Educação Brasileira, na linha de Pesquisa: Formação Docente e Novas Tecnologias (UFAL, 2006), Doutora em Educação Brasileira (UFAL 2013-2017). Experiência na área de Educação, com ênfase em Educação à Distância, atuando principalmente nos seguintes temas: formação docente, ambiente virtual, estágio supervisionado, aprendizagem e formação continuada. Atuei como professora da Rede Pública Estadual de Ensino, Coordenadora de Tutoria do curso de Sistema de Informação pela UAB-UFAL, Coordenadora do Núcleo de Formação da CIED/UFAL (Coordenadora Institucional de Educação a Distância), Coordenadora do PIBID/BIOLOGIA, Coordenadora do cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFAL. Atualmente atuo como Professora Adjunta-DE do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFAL, Coordenadora dos Estágios Supervisionados Obrigatórios do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFAL e professora coordenadora do Programa de Residência Pedagógica/2020.

Jussara Lima

Jussara Lima de Aquino Santos, registrada no conselho nacional de biologia sob o registro: CRbio 105.054/08D possuo especialização em Educação Ambiental e Sustentabilidade- UNINTER, 2019 e em Gestão Ambiental- UNIFAL, 2015, graduação em Biologia- CESMAC, 2012, curso técnico em agropecuária- IFAL Campus Satuba, 2005.
Atuo como professora de Ciências da rede estadual de ensino desde 2014 até os dias atuais.
Meu papel na educação é mostrar para os discentes que eles precisam aprender além dos conteúdos didáticos, precisam aprender a serem pessoas melhores e assim conseguir o seu lugar dentro da sociedade.

Referências

BRASIL (2019). PORTARIA Nº 259, DE 17 DEZEMBRO DE 2019. Dispõe sobre o regulamento do Programa de Residência Pedagógica e do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-259-de-17-dezembro-de-2019-234332362.

Carvalho, A. M. P. (2017). O ensino de ciências e a proposição de sequências de ensino investigativas. In: Carvalho, A.M.P. (org.), Ensino de Ciências por Investigação: condições para implementação em sala de aula. (pp. 1-20). CENCAGE Learning.

Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (2017). A Ciência e a Tecnologia no Olhar dos Brasileiros. CGEE. https://www.cgee.org.br/documents/10182/734063/percepcao_web.pdf.

Chaiklin, S., Pasqualini, J. C. (2011). A zona de desenvolvimento próximo na análise de Vigotski sobre aprendizagem e ensino. Psicologia em Estudo, 16(4), 659-675, out./dez.2011. https://www.scielo.br/j/pe/a/jCGfKbkrHPCr8KyZD4xjB3C/?format=pdf&lang=pt.

Committee on Science Literacy and Public Perception of Science (2016). Science Literacy: Concepts, Contexts, and Consequences. The National Academies Press.

Cunha, R. B. (2017). Alfabetização científica ou letramento científico?: interesses envolvidos nas interpretações da noção de scientific literacy. Revista Brasileira de Educação, 22(68), 169-186, jan./mar.2017. https://www.scielo.br/j/rbedu/a/cWsmkrWxxvcm9RFvvQBWm5s/?lang=pt&format=pdf.

Demo, P. (2015). Educar pela Pesquisa. (10ªed.) Editora Autores Associados.

Flach, P. Z. S., Del Pino, J. C. (2016). Afinal, para que servem a história e a filosofia da biologia?. Educação Por Escrito, 7(2), 236-252, jul.dez, 2016. https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/porescrito/article/view/23151/15376.

Giani, K. (2010). A experimentação no Ensino de Ciências: possibilidades e limites na busca de uma Aprendizagem Significativa [Dissertação de mestrado, Universidade de Brasília]. Secretaria da Educação do Estado do Paraná. http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/fevereiro2013/ciencias_artigos/dissertacao_experimentacao_2010_KellenGiani.pdf.

Gil, A.C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. (4ªed). Atlas.

IBCL (2018). ILC - Indicador de Letramento Científico Sumário executivo de resultados. http://iblc.org.br/wp-content/uploads/2018/01/1-relatorio-executivo-ilc-fcc.pdf.

Ignácio, L. E. (2015). O progresso da ciência: uma análise comparativa entre Karl R. Popper e Thomas S. Kuhn [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Santa Maria]. Manancial - Repositório Digital da UFSM. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/9154/IGNACIO%2c%20LEONARDO%20EDI.pdf?sequence=1&isAllowed=y.

Libâneo, J. C. (2013). Didática. (2ªed). Cortez.

Massola, G. M., Crochík, J. L., Svartman, B.P. (2015). Por uma crítica da divulgação científica. Psicologia USP, 26(3), 310-315, 2015.

Ministério da Educação. (2018). Base Nacional Comum Curricular. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.

Morais, J., Kolinsky, R. (2016). Literacia científica: leitura e produção de textos científicos. Educar em Revista, 62, 143-162, out./dez.2016. https://www.scielo.br/j/er/a/TmTWQKJc88Sv3htgPfvXSVb/?lang=pt&format=pdf#:~:text=A%20literacia%20cient%C3%ADfica%20significa%20que,m%C3%A9todos%20utilizados%20para%20ger%C3%A1%2Dla.

Nóvoa, A. (org.) (1992). Vidas de professores. Porto Editora.

Oliveira, F. F. B., Bôto, A. H. V., Silva, S. C., Cavalcante, M. M. D. (2013). A relação entre teoria e prática na formação inicial docente: percepções dos licenciandos de pedagogia. Anais V FIBED, 2013. https://www.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/3646.

Prodanov, C. C., Freitas, E.C. (2013). Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. (2ªed). Universidade Fevale.

Santos, T.S. (2019). METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM. Biblioteca Campus Olinda.

Santos, V.S., Machado, A. C. F., Rizzatti, I. M. (2019). A importância da experimentação no ensino de ciências para o entendimento do ciclo da água: uma proposta para a educação infantil. ACTIO, 4(3), 131-145, set./dez. 2019. https://periodicos.utfpr.edu.br/actio/article/view/10416/7323#:~:text=Assim%2C%20as%20atividades%20envolvendo%20a,na%20preserva%C3%A7%C3%A3o%20dos%20recursos%20h%C3%ADdricos.

Saviani, D. (2012). Escola e Democracia (42ªed.). Autores Associados.

Shen, B. S. P. (1975). Science Literacy: Views: Public understanding of science is becoming vitally needed in developing and industrialized countries alike. American Scientist, 63(3), 265-268, mai./jun. 1975.https://www.jstor.org/stable/27845461.

Tardif, M. (2008). Saberes docentes e formação profissional (9ªed). Vozes.

Zabala, A. (1998). A prática educativa: como ensinar. Artmed.

Arquivos adicionais

Publicado

2022-10-10

Como Citar

Rodrigues de Andrade, F., Carmen Lima dos Santos, L., & Lima de Aquino Santos, J. (2022). Letramento científico no ensino de Biologia: o planejamento pedagógico no Programa Residência Pedagógica. Diversitas Journal, 7(4). https://doi.org/10.48017/dj.v7i4.2228

Edição

Seção

Dossiê Temático- Relatos de experiências no âmbito do PIBID e PRP