Padrões espaço-temporais do escorpionismo em Alagoas, nordeste do Brasil

estudo ecológico (2007 a 2021)

Autores

  • João Lucas Cavalcante Santos Universidade Estadual de Alagoas, Brasil
  • Adriano José dos Santos Universidade Federal de Alagoas UFAL, Brasil
  • Valdelice Ferreira dos Santos Universidade Estadual de Alagoas, Brasil
  • Ericlis dos Santos Silva Universidade Federal de Alagoas
  • Cledson dos Santos Magalhães Universidade Federal de Pernambuco
  • José Rodrigo Santos Silva Universidade Federal de Sergipe
  • Claudimary Bispo dos Santos Universidade Estadual de Alagoas

DOI:

https://doi.org/10.48017/dj.v8i4.2751

Palavras-chave:

escorpiões, análise espacial, incidência, doenças tropicais

Resumo

A alta incidência de escorpionismo na saúde pública no Brasil e demais países em desenvolvimento, motivou sua inclusão na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas da Organização Mundial de Saúde. Destarte, o objetivo do estudo foi investigar a dinâmica espaço-temporal dos acidentes por escorpiões notificados no estado de Alagoas no período de 2007 a 2021. Trata-se de um estudo ecológico misto, com dados disponíveis no portal aberto Informações de Saúde, a respeito dos casos de acidentes com escorpiões confirmados e notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e, as estimativas populacionais por município no estado. As análises estatísticas foram feitas no software R (versão 4.2.2), analisando-se a incidência dos casos; evolução temporal; distribuição espacial e o risco relativo. Identificou-se uma tendência de aumento médio anual de 1,6 casos por 10 mil habitantes na incidência de escorpionismo. O Índice de Moran Local apontou autocorrelação significativa entre os municípios com maior incidência assim como seus adjacentes, com Teotônio Vilela, Junqueiro e Campo Alegre apresentando altas taxas de incidência nos três pontos de corte da série temporal estudada (2007, 2014 e 2021). O cluster formado pelos municípios de Junqueiro, Teotônio Vilela, Arapiraca e Campo Alegre, apresentou o maior risco relativo de escorpionismo em quase todo o período estudado. Os resultados apontam uma tendência de crescimento anual no número de acidentes por escorpiões no estado de Alagoas, com isso, tornar-se-á importante que o estado e os municípios, desenvolvam políticas públicas de saúde que visem o controle de animais peçonhentos de importância médica.

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Biografia do Autor

João Lucas Cavalcante Santos, Universidade Estadual de Alagoas, Brasil

Vinculado à Universidade Estadual de Alagoas, Campus I, Curso de Ciências Biológicas Licenciatura, Arapiraca, AL, Brasil.

Adriano José dos Santos, Universidade Federal de Alagoas UFAL, Brasil

Vinculado à Universidade Federal de Alagoas, Campusde Arapiraca, Unidade de Testagem, Arapiraca, AL, Brasil.

Valdelice Ferreira dos Santos, Universidade Estadual de Alagoas, Brasil

Vinculada à UniversidadeEstadual de Alagoas, Campus I, Curso de Ciências Biológicas Licenciatura, Arapiraca, AL, Brasil.

Ericlis dos Santos Silva, Universidade Federal de Alagoas

Vinculado à Universidade Federal de Alagoas, Campusde Arapiraca, Unidade de Testagem, Arapiraca, AL, Brasil.

Cledson dos Santos Magalhães, Universidade Federal de Pernambuco

Vinculado à Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Programa de Pós-graduação em Inovação Terapêutica. Recife, PE, Brasil.

José Rodrigo Santos Silva, Universidade Federal de Sergipe

Vinculado à Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Estatística e Ciências Atuariais, Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária. São Cristóvão, SE, Brasil.

Claudimary Bispo dos Santos, Universidade Estadual de Alagoas

Vinculada à Universidade Estadual de Alagoas, Campus I, Curso de Ciências Biológicas Licenciatura, Arapiraca, AL, Brasil.

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Publicado

2023-10-14

Como Citar

Cavalcante Santos, J. L., dos Santos, A. J., Ferreira dos Santos, V., dos Santos Silva, E., dos Santos Magalhães, C., Santos Silva, J. R., & Bispo dos Santos, C. (2023). Padrões espaço-temporais do escorpionismo em Alagoas, nordeste do Brasil: estudo ecológico (2007 a 2021). Diversitas Journal, 8(4), 3244–3254. https://doi.org/10.48017/dj.v8i4.2751

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