Aspectos sobre a saúde mental de agricultores ribeirinhos do baixo São Francisco em Alagoas
DOI:
https://doi.org/10.17648/diversitas-journal-v5i3-952Resumo
O objetivo desta pesquisa foi avaliar os aspectos da saúde mental de trabalhadores agrícolas ribeirinhos da região do baixo São Francisco, Alagoas, Brasil. Justifica-se a importância deste estudo pelo aumento de casos de Transtornos Mentais Comuns (TMC) em várias partes do mundo e no Brasil. Além disso, trata-se de um tema complexo que envolve o trabalho agrícola familiar e sua relação com a degradação, assoreamento e diminuição de vazão de água do Rio São Francisco, que impacta diretamente na produção e geração de renda desses trabalhadores. Trata-se de um estudo epidemiológico quantitativo descritivo transversal. A amostra foi constituída por 43 trabalhadores de agricultura familiar residentes em Porto Real do Colégio, Igreja Nova, Penedo e Piacabuçu. Para a coleta de dados referentes aos problemas de saúde mental, foi utilizado o questionário com variáveis sociodemográficas e o questionário de identificação de distúrbios psiquiátricos em nível de atenção primária Self Report Questionnaire (SRQ-20). Os resultados da pesquisa foram analisados no pacote estatístico SPSS versão 20. Utilizou-se estatística descritiva com nível de significância de 5%. A pesquisa identificou uma frequência de 7 (16,3%) pessoas com TMC. Os itens do instrumento com maiores afirmações positivas foram: Falta de apetite; sente-se nervoso, tenso ou preocupado; cansa-se com facilidade; dor de cabeça frequente; assusta-se com facilidade, tem sensações desagradáveis no estômago. A maioria era do sexo masculino (40- 93%), casado (28 – 65,1%), cultivava arroz (13 – 30,2%) e trabalhava com pesca (7 – 16,3%). Esta pesquisa identificou um considerável número de pessoas com TMC, onde os itens do instrumento utilizado apontam para a necessidade de se promover um cuidado voltado aos sinais e sintomas de ansiedade que podem estar presentes nessa comunidade. Dessa forma, este estudo pode oferecer subsídios para a adoção de políticas públicas de promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores de agricultura familiar.
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