Perfil e atuação dos farmacêuticos na rede pública de saúde do Município de Jaboatão dos Guararapes-PE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48017/dj.v6i4.1718

Resumo

RESUMO: No âmbito do SUS, o farmacêutico deveria atuar juntamente com as equipes de saúde, em atividades técnico-pedagógicas, com ações educacionais de caráter clínico, buscando desenvolver conhecimentos e habilidades para a promoção do uso racional de medicamentos. Frente isso, este trabalho objetivou descrever o perfil e atuação dos farmacêuticos na rede pública de saúde do município do Jaboatão dos Guararapes-PE. Para tal feito, foi aplicado questionário semiestruturado e autoaplicável nos locais de trabalho dos farmacêuticos. Os dados foram tabulados e os resultados forneceram informações sobre o perfil sociodemográfico e profissional dos farmacêuticos. Foram entrevistados 19 profissionais, destes, dez eram do sexo masculino e nove do sexo feminino. Quanto ao estado civil, a maioria referiu estar solteiros (42%) e casados (42%). O principal motivo que levou o farmacêutico a escolher o curso de Farmácia foi a influência familiar (32%). Quanto à pós-graduação, 84% fizeram algum tipo de pós-graduação e 63% dos farmacêuticos não possuíam domínio de outro idioma. Maior valorização profissional, promoção da atenção farmacêutica e a contratação de mais farmacêuticos foram algumas das sugestões para a melhoria da assistência farmacêutica municipal. O conceito de “perfil” é amplo e complexo em relação à interpretação dos dados, envolvendo diferentes aspectos que extrapolam de alguma forma o propósito do estudo. Entretanto, vale destacar que o estudo alcançou o objetivo proposto, uma vez que revelou dados que permitiram um conhecimento mais profundo do profissional farmacêutico.

PALAVRAS-CHAVE: Saúde Pública, Assistência Farmacêutica, Residência.

 

ABSTRACT: Within the scope of the SUS, the pharmacist should work together with the health teams, in technical-pedagogical activities, with educational actions of a clinical nature, seeking to develop knowledge and skills to promote the rational use of medicines. In view of this, this study aimed to describe the profile and performance of pharmacists in the public health network in the municipality of Jaboatão dos Guararapes-PE. For this purpose, a semi-structured and self-administered questionnaire was applied at the pharmacists' workplaces. Data were tabulated and the results provided information on the sociodemographic and professional profile of pharmacists. Nineteen professionals were interviewed, of which ten were male and nine female. As for marital status, most reported being single (42%) and married (42%). The main reason that led the pharmacist to choose the Pharmacy course was the family influence (32%). As for postgraduate studies, 84% had completed some type of postgraduate degree and 63% of pharmacists were not fluent in another language. Greater professional appreciation, promotion of pharmaceutical care and hiring more pharmacists were some of the suggestions for improving municipal pharmaceutical care. The concept of “profile” is broad and complex in relation to data interpretation, involving different aspects that somehow extrapolate the purpose of the study. However, it is noteworthy that the study achieved the proposed objective, as it revealed data that allowed a deeper knowledge of the pharmacist.

KEYWORDS: Public health, Pharmaceutical Assistance, Residency.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ALENCAR, T. O. S., NASCIMENTO, M. A. A. Assistência Farmacêutica no Programa Saúde da Família: encontros e desencontros do processo de organização. CiencSaude Coletiva, v. 16, n. 9, p. 3939-49, 2011.

ALONSO, M. S. O que se espera do farmacêutico no SUS. Revista do Farmacêutico do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, n. 105, São Paulo, 2012.

ARAÚJO, A. L. A.; FREITAS, O. Concepções do profissional farmacêutico sobre a assistência farmacêutica na unidade básica de saúde: dificuldades e elementos para a mudança. Rev. Bras. Ciênc. Farm., São Paulo, v. 42, n. 1, 2006.

ARAÚJO, P. S. et al. Pharmaceutical care in Brazil’s primary health care. Revista de Saúde Pública, v. 51, n. 2, 1s-11s, 2017.

BARRETO, M. N. S. C. et al. Análise do acesso ao tratamento medicamentoso para hipertensão e diabetes na Estratégia de Saúde da Família no Estado de Pernambuco, Brasil. RevBrasEpidemiol, v. 18, n. 2, p. 413-424, 2015.

BARROS, D. S. L.; SILVA, D. L. M; LEITE, S. N. Serviços farmacêuticos clínicos na atenção primária à saúde do Brasil. Trab. Educ. Saúde, v. 18, n. 1, 2019.

BOSI, M. L. M. Pesquisa qualitativa em saúde coletiva: panorama e desafios. CienSaudeColet, v. 17, n. 3, p. 575-586, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Manual de estrutura física das unidades básicas de saúde: saúde da família. 1. Ed. Brasília (DF); 2006.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Manual de estrutura física das unidades básicas de saúde: saúde da família. 2. ed. Brasília (DF), 2008.

_______. I Fórum Nacional de Educação: O farmacêutico de que o Brasil necessita. Interface - Comunicação Saúde Educação, Brasília, v. 12, n. 25, 2008.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciências, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. Diretrizes para estruturação de farmácias no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília (DF), 2009.

_______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: MS; 2012.

________. Ministério da Saúde. Portaria nº 271, de 27 de fevereiro de 2013. Disponível em:<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0271_27_02_2013.html>. acessado em: 30/07/2021.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Cuidado farmacêutico na atenção básica. 1. ed. v. 4. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 100 p.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. QUALIFAR-SUS: Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no Âmbito do Sistema Único de Saúde - eixo estrutura: atenção básica: instruções técnicas. Brasília (DF), 2016.

_______. Secretaria de ciência, tecnologia e insumos estratégicos. Departamento de assistência farmacêutica e insumos estratégicos. Base Nacional de Dados de Ações e Serviços da Assistência Farmacêutica. Roteiro de Uso – Web Service BNDASAF. Brasília, 2017.

BRUNS, S. F.; LUIZA, V.L.; OLIVEIRA, E. A. Gestão da assistência farmacêutica em municípios do estado da Paraíba (PB): olhando a aplicação de recursos públicos. Revista de Administração Pública, v. 48, n. 3, p. 745-765, 2014.

CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. O quadrilátero da formação para a área da Saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Rev Saúde Coletiva, v. 14, n. 1, p. 41-65, 2004.

CIPRIANO, S. L et al. Comissão de Farmácia e Terapêutica. Farmácia Hospitalar, n. 15, 2011.

CORTEZ, D. X.; LEITE, R. M Assistência Farmacêutica no SUS. Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, v. 2, n. 5, 2014.

COSTA, E. A. et al. Situação sanitária dos medicamentos no Brasil. Rev Saude Publica, v. 51, 2s-12s, 2017.

DIAS, K. E. A implantação do HÓRUS nas farmácias do SUS: uma proposta de ações para auxiliar esse processo. 2013. Dissertação (Mestrado). Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. Escola Nacional de Saúde Pública Arouca, Rio de Janeiro, 2013.

FERREIRA, R. R.; TOLEDO, J. O. Atuação do profissional farmacêutico na atenção básica de saúde. 8ª Mostra de produção científica da pós-graduação lato sensu da PUC- Goiás. Ciência, saúde e esporte. Caderno 8, 2013.

GADELHA, C.A.G. et al. PNAUM: uma abordagem integradora da Assistência Farmacêutica, Ciência, Tecnologia & Inovação. Rev Saude Publica, v. 50, Supl. 2:3s, 2016.

HELFER, A. P. et al. Capacidade aquisitiva e disponibilidade de medicamentos para doenças crônicas no setor público. Rev. Panam Salud Publica, v. 31. n. 3. p. 225-232, 2012.

LEITE, S. N. et al. I Fórum Nacional de EducaçãoFarmacêutica: o farmacêutico que o Brasil necessita. Interface (Botucatu), v. 12, n. 25, p. 461-462, 2008.

LEITE, S. N. et al. Infraestrutura das farmácias da atenção básica no Sistema Único de Saúde:Análise dos dados da PNAUM-Serviços. Rev. Saude Publica, v. 51, 2s:13s, 2017.

LOCH-NECKEL, G.; CREPALDI, M. A. Pharmacist contributions for básica from the perspective of professional sof familial health care teams. Brazilian J PharmSci, v. 45, n. 2. p. 263-272, 2009.

MACEDO, S. H. M.; GARCIA, T. R. L. Influência da temperatura sobre o transporte de medicamentos por modal rodoviário. Infarma, v. 19, n. 3-4, p. 7-10, 2007.

MACIEL-LIMA, S. M. Acolhimento solidário ou atropelamento? A qualidade na relação profissional de saúde e paciente face à tecnologia informacional. Cad Saúde Pública, v. 20, n. 2, p. 502-511, 2004.

MAGARINOS-TORRES, R. et al. Vivenciando a seleção de medicamentos em hospital de ensino. Rev. Bras. Educ. Med., v. 35, n. 1, p. 77-85, 2011.

MARIN, N. et al. Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro: OPAS/OMS; 2003a.

_______. Seleção de Medicamentos. Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2003b.

MELO, D. O.; CASTRO, L. L. C. A contribuição do farmacêutico para a promoção do acesso e uso racional de medicamentos essenciais no SUS. Ciênc. saúde coletiva, v. 22, n. 1, p. 235-244, 2017.

MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Brasília-DF: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011.

MERISIO, A. et al. A aquisição de medicamentos para o Sistema Único de Saúde em municípios de pequeno porte do Estado de Santa Catarina. Rev Bras Farm, v. 93, n. 2, p. 173-178, 2012.

MOURA, B. L. A. et al. Atenção primária à saúde: estrutura das unidades como componente da atenção à saúde. Rev Bras Saúde Matern Infant, v. 10, Supl. 1, p.69-81, 2010.

NAKAMURA, C. A.; LEITE, S. N. A construção do processo detrabalho no Núcleo de Apoio à Saúde da Família: a experiência dos farmacêuticos em um município do sul do Brasil. Cien Saude Colet, v. 21, n. 5, p. 1565-1572, 2016.

OLIVEIRA, L. C. F.; ASSIS, M. M. A.; BARBONI, A. R. Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde: da Política Nacional de Medicamentos à Atenção Básica à Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v.15, Supl. 3, p. 3561-3567, 2010.

OLIVEIRA, J. C.; GROCHOCKI, M. H. C.; PINHEIRO, R. M. Seleção de medicamentos. In: Serviços farmacêuticos [Recurso eletrônico] / Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Aberta do SUS. Florianópolis: UFSC, 2011.

OPAS. ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE LA SALUD. Redes Integradas de Servicios de Salud Conceptos, Opciones de Política y Hoja de Ruta para su Implementación em las Américas. Washington: OPAS; 2008.

OPAS. ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE LA SALUD. Servicios Farmacéuticos basados en la Atención Primaria de Salud. Washington DC: OPAS, 2013. 106 p.

PAULA, P. A. B. et al. Política de medicamentos: da universalidade de direitos aos limites da operacionalidade. Physis, v. 19, n. 4, p. 1111-1125, 2009.

PEREIRA, R.C. A.; RIVERA, F. J. U.; ARTMANN, E. O trabalho multiprofissional na estratégia saúde da família: estudo sobre modalidades de equipes. Interface (Botucatu), v.17, n.45, p.327-40, 2013.

PEREIRA, N. C.; LUIZA, V. L.; CRUZ, M. M. Serviços farmacêuticos na atenção primária no município do Rio de Janeiro: um estudo de avaliabilidade. Saúde em Debate, v. 39, n. 105, p. 451-468, 2015.

PINHEIRO, R. M. Serviços Farmacêuticos na Atenção Primária à Saúde. Rev Tempus Actas Saúde Coletiva, v. 4, n. 3, p. 15-22, 2010.

REIS, A. M. M.; PERINI, E. Desabastecimento de medicamentos: determinantes, consequências e gerenciamento. Cienc Saude Coletiva, v. 13, Supl. 603-610, 2008.

SCHERER, M. D. A. et al. Cursos de especialização em Saúde da Família: o que muda no trabalho com a formação? Interface (Botucatu), v. 20, n. 58, p. 691-702, 2016.

SERAFIN, C.; CORREIA JÚNIOR, D.; VARGAS, M. Perfil do Farmacêutico no Brasil. Conselho Federal de Farmácia. Relatório. Brasília-DF, 2015. 44p.

SILVA JÚNIOR, E. B.; NUNES, L. M. N. Avaliação da Assistência Farmacêutica na atenção primária no município de Petrolina (PE). Arq Bras Ciências da Saúde, v. 37, n. 2, p. 65-69, 2012.

SIMÃO, R. W. T. S.; BATISTA, A. M. Armazenamento de Medicamentos em Unidades Básicas de Saúde de Macaíba, RN, Brasil. Infarma Ciências Farmacêuticas, v. 28, n. 1, p. 40-46, 2016.

VIEIRA, F. S. Assistência farmacêutica no sistema público de saúde no Brasil. Rev Panam Saúde Pública, v. 27, p. 149-156, Brasília, 2010.

VIEIRA F. S.; ZUCCHI P. Gestão da assistência farmacêutica: análise da situaçãode alguns municípios. Tempus Actas Saude Coletiva, v. 8, n. 4, p. 11-29, 2014.

WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Measuring medicine prices, availability, affordability and price components. 2.ed. Geneva: WHO, Health ActionInternational, 2008.

Downloads

Publicado

2021-10-19

Como Citar

Sá, J. D., Cruz, I. V., & Randau, K. P. (2021). Perfil e atuação dos farmacêuticos na rede pública de saúde do Município de Jaboatão dos Guararapes-PE. Diversitas Journal, 6(4), 4019–4042. https://doi.org/10.48017/dj.v6i4.1718

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)