Caracterização e divergência genética de variedades crioulas de feijão
DOI:
https://doi.org/10.48017/dj.v7i3.2314Palabras clave:
Phaseolus spp., germoplasma, recursos genéticos, erosão genética, an´álise multivariadaResumen
O crescimento populacional e o uso de cultivares melhoradas têm reduzido a biodiversidade de espécies nativas, a exemplo das variedades crioulas, que são importantes, pois, devido a variabilidade genética, possuem tolerância aos estresses bióticos e abióticos, possibilitando seu cultivo em diferentes agroecossistemas. A conservação dos recursos genéticos, em bancos de germoplasmas, é importante, pois evita a extinção da espécie. Esta pesquisa objetivou a caracterização morfológica de sementes e a divergência genética de 23 variedades crioulas de feijão (Phaseolus spp.) cultivados na região Agreste Meridional de Pernambuco. As variedades foram obtidas em feiras livres e feiras de troca de sementes, sendo caracterizadas quanto aos aspectos morfológicos e biométricos. Observou-se variabilidade no formato, com predominância do perfil elíptico (13 variedades), semiachatado (12 variedades), na cor do tegumento (ampla variação) e padrão do tegumento (ausente ao marmoreado), sementes brilhantes (14 variedades), cor do halo (ampla variação), presença de sinal e cor da testa. Houve variação no peso de 100 sementes (16,54 até 56,35 g), comprimento, largura e espessura, com sementes pequenas, médias e grandes que, a partir da análise de componentes principais, pôde-se observar variabilidade genética (92,1% variância acumulada), com a formação de oito grupos pelo método de Tocher. As variedades Preto, Rosinha, Caianinha, Corda 1, Corda 3, Carioca, Quixaba Comum, Vermelho 1 e Lavandeira reuniram características de interesse para o consumidor. Os resultados evidenciaram que os agricultores familiares preservam a diversidade genética do feijoeiro, evidenciando a influência das cadeias de trocas sementes para redução da erosão genética.
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