Isaías Caminha e Gonzaga de Sá: personagens de Lima Barreto à luz do materialismo lacaniano
DOI:
https://doi.org/10.48017/dj.v7i3.2362Palabras clave:
Crítica literária, Slavoj Žižek, Tríade SimbólicaResumen
Este artigo objetiva analisar os personagens Isaías Caminha e Gonzaga de Sá, ambos protagonistas dos romances Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1998) e Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá (1997), do escritor pré-modernista Lima Barreto, pelo viés do Materialismo Lacaniano proposto pelo filósofo e crítico esloveno Slavoj Žižek. Inicialmente, apresentamos o autor e uma breve visão do movimento literário ao qual ele está vinculado. Por ser uma corrente relativamente nova no Brasil, destacamos que o Materialismo Lacaniano, antes ligado à filosofia política, avança gradativamente e atinge a área dos estudos culturais, por meio da proposta de ler textos literários a partir da aplicação dos conceitos de Lacan propostos por Žižek. A proposta deste crítico é intervir no discurso político por acreditar que isso pode afetar as ideias das pessoas e ajudar a transformar a realidade. Nessa perspectiva, o objetivo deste artigo é aplicar os conceitos de Real, Simbólico e Imaginário, em uma breve análise dos dois personagens (Isaías Caminha e Gonzaga de Sá) para explicar a forma como esses conceitos propõem um direcionamento sobre a possível relação existente entre o que Žižek afirma sobre as questões da atualidade e o que pode ser aplicado à realidade dos romances em estudo. Nossas pesquisas atestam a atualidade das obras de Lima Barreto, uma vez que seus personagens representam o ser humano como um organismo social condicionado às concepções históricas e literárias, e isso permite nossa análise à luz de uma teoria contemporânea.
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