Análise das propriedades físico-químicas das bebidas à base de fruta e seu potencial erosivo no esmalte dental
DOI:
https://doi.org/10.17648/diversitas-journal-v4i2.770Resumo
Os alimentos líquidos da dieta são considerados causas potenciais para erosão dental. Para a caracterização do potencial erosivo de bebidas, torna-se relevante analisar suas propriedades físico-químicas, como a mensuração do pH, da capacidade tamponante e do teor de sólidos solúveis totais. O objetivo do estudo in vitro foi conhecer o potencial erosivo de bebidas de fruta industrializadas e naturais, amplamente consumidas no Brasil. Foi realizada análise das características físico-químicas, comparando seus valores de pH, CT e teor de SST. Os parâmetros foram observados à temperatura ambiente (±23°C) e refrigeradas (±6°C). Foram selecionadas 9 bebidas de 3 sabores (maracujá, uva e morango) divididas em 3 grupos: bebida industrializada, bebida de polpa de fruta e bebida da fruta in natura, totalizando 18 amostras analisadas. Todas as bebidas apresentaram pH ácido abaixo do crítico para a dissolução do esmalte (<5,5), independente da temperatura (2,74-3,43). Os parâmetros pH e CT não sofreram alterações com a temperatura. O consumo de bebidas ácidas geladas não diminuiu o seu potencial erosivo. A CT mais elevada foi encontrada nas bebidas naturais à base de maracujá (de polpa e da fruta in natura). O aumento no teor de SST não reduziu a acidez das bebidas à base de fruta e as bebidas com valores de SST mais altos possuem maior retenção ao esmalte dental, podendo realizar o desafio ácido por mais tempo. As bebidas à base de fruta analisadas (natural ou industrializada) possuem potencial erosivo e podem provocar danos ao esmalte dentário quando consumidas resfriada ou à temperatura ambiente
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