O jogo com o texto literário no ensino médio
uma experiência com “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto
DOI:
https://doi.org/10.48017/dj.v7i4.2366Palabras clave:
Letramento Literário, Sala de Aula, Ensino Médio, TransgressãoResumen
O modo como o texto literário tem chegado às salas de aula tem sido um desafio quando se trata de formação escolar do leitor literário. Muitas das vezes, o ensino da literatura acaba se restringindo a uma dimensão mais categorizante, deixando em segundo plano o contato efetivo com o literário. Na tentativa de contribuir com a desconstrução desse paradigma, o presente estudo tem o objetivo de apresentar uma experiência pedagógica desenvolvida com o livro Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, em uma turma de Ensino Médio de uma escola de esfera privada de Maceió-AL, tendo como metodologia de ensino a perspectiva do jogo com o texto literário. O embasamento teórico-metodólogico do qual partimos está subdividido em três blocos: a questão do letramento literário numa perspectiva social (COSSON, 2016, 2014, 2020); o conceito de transgressão de sentidos do texto (ISER, 2013) e a compreensão dialógica, concreta e viva da língua/linguagem, bem como a noção de compreensão responsiva ativa (BAKHTIN, 2011; VOLÓCHINOV, 2017), de ato responsável (BAKHTIN, 2012) e relação dialógica (BAKHTIN, 2011). Dentro de uma metodologia qualitativa/interpretativista, as análises da experiência em sala de aula apontam que o jogo com o texto possibilitou que os sentidos construídos transgredissem os sentidos dos textos e abrangessem as realidades vivenciadas pelos alunos. Desse modo, houve a aproximação entre os alunos e a arte literária e, consequentemente, a ruptura com a ideia naturalizada de que estudar literatura se restringe à memorização de datas, características e nomes de autores e suas respectivas divisões escolásticas.
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